segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Matéria com os bonequeiros do "Castelo"...
domingo, 4 de dezembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
E o Júlio me levou até o Sr. Brasil...
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Alguns personagens nascem assim...
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
E até o Júlio anda fazendo das suas na cozinha...
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Dia das Crianças RIACHUELO / 2011
Pois é, esse ano fui convidado pela Fabrízia Pinto a realizar os bonecos para a campanha do Dia da Crianças. E foi uma delícia.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Making bem completo do Cocó...
sábado, 24 de setembro de 2011
domingo, 31 de julho de 2011
C&A
domingo, 26 de junho de 2011
Teleton
terça-feira, 14 de junho de 2011
Bonecos Fantasia
Isso é um boneco fantasia e ainda por cima é manipulável.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Essa é bem antiga...
Fernando Gomes, diretor do programa, e o elenco: 216 000 DVDs vendidos |
Com seus 4 pontos de audiência nas manhãs e tardes da TV Cultura, de São Paulo, o programa Cocoricó parece mais modesto do que é. Trata-se, na verdade, de um dos grandes fenômenos da programação infantil atual. Seu sucesso fica claro quando se olha outro número – o da vendagem de DVDs em 2005. Nenhum outro título para crianças teve um desempenho tão bom. Foram 216.000 unidades, contra 183.000 do desenho Bob Esponja ou 100.000 de Xuxa Festa,concorrentes diretos na faixa etária em torno dos 6 anos. O dado é significativo por dois motivos: indica que os pais aprovam a mistura de entretenimento e conteúdo educativo que o Cocoricó oferece e também que as crianças não se cansam de assistir aos episódios – o desejo de repetir continuamente um punhado de histórias ou musiquinhas favoritas é um traço bem conhecido dessa idade. "Como a Cultura é um canal pequeno, oCocoricó não faz muito barulho. Mas, na base do boca-a-boca, ele pegou e está mais que consolidado", diz Ricardo Fiúza, responsável pela área de licenciamentos da emissora.
O Cocoricó investe na velha e boa técnica da manipulação de bonecos. A ação se passa numa fazenda e, entre os personagens, há um rapazote, um porco e três galinhas. O programa surgiu há dez anos – mas, curiosamente, não emplacou logo de cara. Em sua primeira versão, os bonecos eram estáticos demais e surgiam no ar apenas no intervalo de desenhos. Em 2001, sua produção foi interrompida. O Cocoricósó começou a se tornar um fenômeno a partir de 2004, quando reestreou todo reformulado. Os bonecos ganharam mais mobilidade e a ênfase passou a recair sobre divertidos números musicais – cujos clipes são o chamariz do DVD. "Chego a criar canções de três minutos, o que é uma eternidade para um programa infantil", diz o compositor do programa, Hélio Ziskind. Embora o espectador não note, a movimentação dos bonecos do Cocoricó é complexa. O cenário fica suspenso no ar e os operadores passam boa parte do tempo em pé, de frente para um monitor, a fim de checar a posição dos personagens em cena. "Como a imagem que enxergamos é invertida, todo o cuidado é pouco para não fazer um movimento em falso", diz Fernando Gomes, diretor da atração e operador do boneco protagonista, o garoto Júlio.
A Cultura tem tradição em programas infantis. A filosofia de aliar diversão e educação deu frutos como o Bambalalão,sucesso nos anos 80, e também o Rá-Tim-Bum e o Castelo Rá-Tim-Bum, que despontaram na década seguinte. Mas foi comCocoricó que a Cultura aprendeu como lucrar com suas produções. O canal público traçou uma estratégia comercial que hoje permite ao programa pagar seus custos. Graças à criação de uma divisão que gerencia as vendas de produtos associados às atrações, obteve 1 milhão de reais de rendimentos comCocoricó em 2005 – 70% do que faturou com licenciamentos. Isso é que são galinhas dos ovos de ouro.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Um personagem que adoro...
terça-feira, 31 de maio de 2011
Saiu no JT
27 de maio de 2011
JULIANA FADDUL
“Quem conhece a gaita já sabe quem está chegando…”. É bem provável que quem viveu a infância nos anos 1990 e 2000 tenha corrido para a frente da TV ao ouvir a estrofe da música de abertura do ‘Cocoricó’. No ar desde 1996, na TV Cultura, a trupe comemora os 15 anos da atração com uma nova temporada, que estreia no dia 11 de junho.
A carreira do protagonista Júlio começou em 1989, quando participou do especial de natal ’Um Banho de Aventura’, também da TV Cultura. “Assim como todo ator, ele ficou um tempo desempregado”, fala o manipulador do boneco e diretor do programa, Fernando Gomes.
Juntos, eles gravam o programa de segunda a sexta-feira, das 14h às 20h. O emprego foi conquistado em 1996, para substituir o ‘Glub Glub’. Gomes já trabalhava na emissora desde 1986, no extinto ‘Bambalalão’.
Amante do universo infantil, esse garoto de 50 anos se encontrou no mundo das crianças. E conquistou outros cargos na emissora, além de manipulador, confeccionista de bonecos e diretor da atração.
“Minha vida continua normal. Quando assumi a função de gerente do núcleo infanto-juvenil da TV Cultura, a direção sabia do meu compromisso com o Cocoricó”. Nos minutos que antecedem o início das gravações, Gomes se preocupa com as cenas e o roteiro, enquanto o resto do elenco aquece a voz.
Quando encara o personagem, às vezes, o elenco é flagrado resolvendo pequenos problemas com a voz das figuras que interpretam. “Oi? Quem são vocês? Por que você não me avisou que a imprensa viria aqui? Eu teria me arrumado!”, fala Caco, ou melhor, a manipuladora Neusa de Souza, 45, que também empresta a voz à galinha Zazá e a menina Dora.
Após a devida apresentação, a voz estridente do papagaio Caco dá lugar ao timbre mais grave de Neusa. “Sou atriz desde os 15 anos. Mas trabalhar com bonecos é mágico. Você pode ser qualquer coisa”, fala.
Os bonequeiros também precisam alongar os braços. O motivo é a altura dos cenários, que ficam suspensos a, aproximadamente, 1,20m do chão. “É para facilitar nossa locomoção. Mesmo se ficássemos sentados, numa cadeira com rodinhas, seria mais difícil ”, explica Gomes.
Enquanto os manipuladores conversam, é difícil olhar nos olhos deles sem pensar nos bonecos. “Quando alguma criança vem nos visitar, nós não escondemos que manipulamos os bonecos. Eu tiro o Júlio do saco e monto na frente dela. Aí, falo com a criança”, revela. “Mas elas não me enxergam mesmo. Só enxergam o Júlio”, completa.
Para elaborar o roteiro, Fernando Gomes conta com a ajuda de professores e psicólogos. “Eles nos mostram os prós e os contras de cada tema sugerido”, diz o diretor. Para ver essa turma em ação, assista aos próximos episódios do ‘Cocoricó’, que vai ao ar pela TV Cultura, às 11h15, a partir do dia 11 de junho.
A matéria é legal. Valeu Juliana, mas valem pequenas correções:
- Confeccionador de bonecos;
- A "Dora" no programa não é uma menina e sim a tia do Júlio e mãe do João;
- Quando eventualmente alguma criança aparece no estúdio, apresentamos os personagens mesmo sem esconder os manipuladores, mas só aparecemos na frente das crianças já com o personagem vestido nas mãos e "com vida". Não montamos na frente da criança;
- Mais do que "elaborar o roteiro" (pois não sou roteirista), temos uma equipe grande para escolher os temas de cada programa;
- e no box abaixo da matéria se comenta que o programa começou com uma câmera e hoje usa quatro. É um engano, já que é exatamente o contrário. Fazemos o programa com apenas uma câmera.
Bom, é isso!
sábado, 21 de maio de 2011
Prêmio FENSA
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Ciranda das Flores
segunda-feira, 16 de maio de 2011
domingo, 15 de maio de 2011
ANA NO AVESSO
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Matéria publicada no "O ESTADO DE SÃO PAULO"
Cocoricó volta com aventuras na cidade
Fernando Gomes fala do programa e dos seus premiados personagens
Você já deve ter ouvido falar do Cocoricó, uma fazenda que existe na cidade fictícia de Cocoricolândia, onde o garoto Júlio conversa com os animais. Há 15 anos no ar, é considerado um dos programas infantis de maior sucesso da TV brasileira. Premiado, é exibido em países como Angola, Moçambique, Venezuela, Argentina, Portugal e Chile. Já levou cerca de 100 mil pessoas ao teatro e 25 mil aos cinemas. Ao Estado, o artista plástico Fernando Gomes, criador do Júlio, fala desse período e revela que, além de dirigir o Cocoricó, acaba de assumir o cargo de gerente de programas infanto-juvenis da TV Cultura, criado especialmente para ele.
Em 2011, o Cocoricó completa 15 anos e você acaba de ser escolhido para gerenciar os programas infanto-juvenis da TV Cultura. Como é isso?
Meu grande sonho agora é conseguir retomar as produções locais e apostar nisso, como foi na época do Glub-Glub, do X-Tudo. Claro que os projetos grandes serão bem-vindos, mas desde que sejam reais e executáveis. Minha responsabilidade é ver tudo o que está acontecendo nessa área e pensar na nova grade, que deve sair em março ou abril. E tem novidade de cara: vamos começar a produzir e gravar novo programa em fevereiro para entrar no ar com a nova grade.
Que programa é esse?
Chama-se Quintal da Cultura, vai amarrar e apresentar os programas pré-escolares da emissora.
E o Cocoricó?
Este mês começamos a gravar novos episódios do Júlio na cidade, continuação do que foi feito ano passado, e agora comemora os 15 anos da Turma. Gravamos até o dia 15 de julho, se nada der errado, para exibir agora em maio.
Antes era na fazenda. Por que agora na cidade grande? Foi uma atualização?
O Cocó tem uma coisa fascinante, que é o fato de ser um programa que se passa no campo e é muito legal para quem mora na cidade conhecer um pouco dos bichos, enfim. Mas o contrário também aconteceu. O pessoal queria ter a oportunidade de ver o que não existe no interior, como metrô, um grande estádio de futebol, um bairro japonês...
O que muda agora?
Não existe mudança. O que vimos é que nos 26 episódios anteriores, vários temas ficaram de fora. Resolvemos, então, continuar essa história em que o Júlio deixa a fazenda para passar férias na casa do primo, João.
Que temas são esses?
Competição de atenção entre irmãos, popularidade, timidez, consumismo, escovação dos dentes e superação do medo.
No ano passado, falava-se que o Cocoricó havia sido dispensado por telefone pela Cultura. O que aconteceu?
Sinceramente? Nada! Por isso estourou e acabou. Os jornais me ligaram chocados querendo saber se eu tinha sido mandado embora por telefone. E não foi isso. Quando o último contrato estava acabando, a Cultura me chamou e disse que queria dar continuidade, mas que não sabia ainda se seria possível. No dia 15 de janeiro, como combinado, eles me ligaram e disseram que não seria renovado, como eu já sabia. Mas não teve desonestidade nenhuma, tanto que hoje estamos aqui.
Qual o desafio de fazer o mesmo programa há 15 anos e continuar atual?
Eu não chamo de desafio, mas não se trata de pretensão. Para qualquer programa infantil que eu fizer, meu objetivo principal é a diversão. E dessa forma, por que não ter diversão mais conteúdo? Vivo em busca de novos caminhos para esses dois assuntos. E a cada temporada do Cocó sempre tem um desejo de pensar em coisas novas. Toda vez que entro no estúdio, eu sinto que há muita o que fazer.
O que mudou nos programas infantis desde quando você começou, em 1986?
O controle remoto mudou tudo na TV. Eu odeio ficar ditando regras, mas de modo geral, para o público infantil, as ações são mais curtas e mais ágeis. Tem bastante cor e movimento e muita música. Se não for assim, em dois segundos as crianças mudam de canal.
E, durante esses anos, o que o marcou muito?
Nunca sonhei em conhecer Jim Henson e os manipuladores dos Muppets. Mas em 2007, a TV Cultura fez uma coprodução com a Sesame Workshop e os americanos acabaram escolhendo dois profissionais do Brasil para fazer algumas manipulações. Fiz a oficina e acabei sendo escolhido para dar vida ao Garibaldo. Fui para Nova York aprender como eles faziam e foi muito doido, porque já naquela época eles adoravam o trabalho do Cocoricó e diziam que nem tinham o que nos ensinar. Nunca achei que pudesse conhecê-los, mas fui parar no ninho deles.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Luciano Ottani manipulando o Gato Pintado...
domingo, 30 de janeiro de 2011
Voltamos a gravar...
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Matéria publicada no "O ESTADO RJ" Online
Fernando Gomes: roteirista, diretor e manipulador de bonecos
Criador de famosos personagens infantis conta sobre sua carreira, projetos, dificuldades e o que espera do futuro da programação brasileira
Foto: Jair Brtolucci
O Estado RJ: Conte sobre seu início de carreira, e como começou seu trabalho com bonecos?
Fernando Gomes
OERJ: O Bambalalão foi sua grande escola?
Gomes: Sem dúvida nenhuma. Além de ser minha primeira experiência em TV, tinha o fato de o Bambalalão ser gravado como se fosse um programa ao vivo. Como por muitos anos anteriores o programa era ao vivo, quando ele passou a ser gravado, usava-se a mesma fórmula, e aí não tem jeito. Você não tem muita chance de errar, pois senão seu erro irá para o ar. A atenção de todos que fazem um programa ao vivo é muito maior. E foi esse tipo de atenção, essa experiência que levei para todos meus trabalhos posteriores.
OERJ: Você não só manipula, mas também cria a personalidade dos bonecos. Como é esse trabalho?
Gomes: A personalidade da maioria dos personagens de qualquer programa de ficção geralmente é criada pelos autores ou roteiristas dos projetos. Claro que quando um ator (isso vale também para bonecos) interpreta algum papel, fatalmente acrescentará muito dele próprio a esses personagens. O que eu crio mesmo, muitas vezes com muita liberdade é a estética de algum boneco. Quando digo que “criei” alguns bonecos do Cocoricó não criei a estética deles. Por exemplo as três galinhas, Lola, Lilica e Zazá, não são manipuladas por mim, não criei o perfil, mas sim o visual de todas elas.
OERJ: Dentre eles, qual foi mais difícil na criação do personagem?
Gomes: Dos personagens que tive a liberdade de criar a personalidade, creio que os primeiros que fiz o Beleléu e o Gaspar do “Bambalalão” foram muito difíceis, exatamente por não receber um texto já escrito dando os caminhos que esse boneco deve seguir. Cada quadro de bonecos durava aproximadamente 4 minutos e não existia texto para isso.
OERJ: De todos seus “filhos”, existe algum que você tenha um carinho especial?
Gomes: Tenho alguns “filhos” que marcaram muito, mas vou destacar três: Mestre Iodo do “Agente G”. O X do “X - Tudo” e o Júlio do “Cocoricó”.
OERJ: Em meados dos anos 90, você deixou a Cultura, e foi trabalhar no Agente G, da Record. Existe alguma diferença na linha das duas emissoras?
Gomes: Na verdade eu nunca deixei a TV Cultura, até porque nunca fui da TV Cultura. Não tenho nenhuma exclusividade com a TV Cultura então posso trabalhar com qualquer emissora desde que os horários não sejam conflitantes. Então na época do “Agente G” eu continuava gravando o “X-Tudo”.
Diferença existe sim, mas, mais do que entre as duas emissoras, a diferença é entre a TV Cultura e todas outras. Para resumir o comprometimento da TV Cultura com conteúdo e todas outras emissoras comprometidas com Ibope e audiência.
OERJ: Nas primeiras temporadas o programa tinha apenas um cenário e apresentava desenhos, agora o programa sofreu alterações, como: outros cenários, novos personagens e o uso de somente de histórias com os personagens. Qual o motivo dessas mudanças?
Gomes: No primeiro formato, o programa durou até 2001. Deixou de ser produzido enquanto era gravado o “Ilha Rá-Tim-Bum” e depois em 2003 fui convidado a dirigir uma nova temporada do Cocoricó. Foi exatamente atendendo a linguagem que eu gostaria que o programa seguisse que foram feitas essas alterações. Eu queria que o cenário fosse mais proporcional ao tamanho dos bonecos, e também que eles tivessem muito mais movimentação em cena. Não ficasse estática atrás de objetos.
OERJ: Qual a principal diferença entre fazer o Cocoricó na TV, no teatro e agora no cinema?
Gomes: Fazer o teatro sim foi muito diferente, até porque as linguagens são bem diferentes. Houve um longo período de adaptação dos bonecos para o palco. Estudar as técnicas de manipulação de bonecos em teatro até descobrir qual se encaixava melhor em cada personagem. Já para o cinema não houve diferença nenhuma, não que não tenha diferença de linguagem entre cinema e TV. Tem e muita. Mas o que está sendo exibido nos cinemas são os programas da série de televisão. Ou seja, eles foram gravados (e não filmados) para serem exibidos na TV. São programas de TV exibidos no cinema. Até fico envaidecido em saber que nosso programa tem qualidade para ser exibido na telona, mas ainda sonho com a execução do longa. A ideia existe e já está em andamento. Aí ficará mais clara a diferença de linguagem entre esses dois meios.
OERJ: Como é ser uma pessoa tão importante para os programas infantis brasileiros de diversas gerações, mas ser uma imagem praticamente desconhecida, já que seu trabalho é feitos com bonecos?
Gomes: Prefiro dizer que sou alguém que trabalha para crianças há bastante tempo. Não consigo avaliar minha importância. Mas ser desconhecido fisicamente é muito bom. Tenho minha privacidade em qualquer lugar que vou mesmo cercado por crianças, ninguém me conhece.
OERJ: Qual, sua opinião sobre a programação para crianças e jovens na TV brasileira atualmente? E porque, quase não se produz mais ‘ programas infantis’, como nas décadas de 80 e 90?
Gomes:
OERJ: Por que o Cocoricó é o único programa da fase “áurea”, dos infantis da cultura, que ainda continua sendo produzido, após 13 anos de sua estréia?
Gomes: Sorte! Não posso dizer que é por competência ou qualidade. “Bambalalão”, “Rá-Tim-Bum”, “X-Tudo”, “Castelo Rá-Tim-Bum”, “Glub Glub” e “Qual é, Bicho?” por exemplo, eram ótimos programas que mereciam uma vida mais longa e alguns inexplicavelmente deixaram de ser produzidos.
OERJ: Como produzir programas infantis sem que a criança seja tratada como “debilóide” e nem como um “mini-adulto”, como vemos na maioria das produções atuais?
Gomes: Com respeito, com profissionais sérios, criando um programa dentro do orçamento disponível e priorizando a qualidade acima de outros interesses.
OERJ: É muito difícil, “pensar como criança” para entender como elas pensam, do que gostam e do que precisam e um programa para elas?
Gomes: Eu diria que é impossível um adulto “pensar como uma criança” para produzir um programa para elas. Temos mesmo é de pensar como adultos, e ver o que nós acreditamos que seja bom apresentar para essa criança. Nossa função é apresentar o cardápio para essa criança experimentar, digerir. Elementos que sejam importantes na formação desse pequeno ser.
OERJ: Com a má qualidade do ensino brasileiro atual, você acredita que a televisão é fundamental para a educação e formação de nossas crianças?
Gomes: Ela pode ser um auxílio, um apoio à educação e ao ensino, mas não podemos descarregar na TV a obrigação de substituir a baixa qualidade do ensino. A TV já ajudaria muito se não contribuísse para deseducar os jovens, mas infelizmente contribui. Voltamos na questão governamental. Vamos pagar melhor os professores, dar mais condição de ensino, cobrar melhor formação de nosso corpo docente nas escolas, e que a TV que não estrague o serviço dos professores.
OERJ: Na sua opinião, qual o futuro da programação infantil brasileira?
Gomes: Muito ruim, principalmente se pensarmos em produção nacional de programação infantil nos canais abertos. Hoje em dia já temos (ainda bem) parcerias internacionais com produções brasileiras na TV a cabo, como “Os Peixonautas”, parceria do Canadá com a produtora Pingüim, mas infelizmente é quase nada. Tomara que seja apenas o início dessas parcerias, porque se dependermos dos canais abertos, a tendência é ficarmos com produções apenas da TV Cultura, ou eventualmente da TVE, enquanto elas aguentarem.
OERJ: Como transformar as crianças de hoje em bons adultos?
Gomes: Posso responder pela minha forma de trabalhar. Primeiramente tratando as crianças com o maior respeito possível. Não podemos, e não devemos achar que pode fazer qualquer coisa para as crianças que elas aceitam. Nossa responsabilidade com elas é muito grande. Cabe a nós apresentar caminhos para que essas crianças possam escolher qual é o melhor para seguirem. É nossa obrigação apresentar um cardápio rico e variado. Trabalhamos para crianças que estão descobrindo tudo na vida. Vamos abrir o leque de opções para que elas tenham liberdade de escolha e um paladar educacional e cultural de qualidade.